domingo, 13 de dezembro de 2015

Aceite, agradeça e confie



Nos primeiros dias após o diagnóstico, sonhei duas vezes que estava comendo glúten: um dia foi pãozinho francês e no outro, pastel! Uma baita tortura, né?

Para muitos, motivo de desespero, tristeza e até revolta. Para outros, ainda que a minoria, uma verdadeira lição de aceitação e compreensão daquilo que de alguma forma nos foi imposto. Ninguém escolhe ser celíaco ou ter qualquer outra restrição alimentar. Mas uma coisa nós escolhemos: sermos felizes ou não; aceitarmos ou não, de peito aberto, as dificuldades que nos são impostas e o melhor de tudo, em paz. 

Chorei muito no dia do diagnóstico mas decidi que não iria ser aquilo que me tornaria uma pessoa amarga, de mal com a vida. Abri os olhos e coração para viver uma nova vida. E com tanta vontade de que desse certo, ela veio com todas as surpresas agradáveis. O que me deixa muito feliz? Saber que isso não foi um privilégio pra mim; que assim como aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer um. Pode acontecer com você que está lendo esse texto. 

O nosso caminho somos nós quem trilhamos. A chegada dependerá dos sapatos que usamos nessa caminhada e, principalmente, do que estava cheio o nosso coração. Oras, é natural ficarmos impactados com uma notícia que mudará nossa rotina. Podemos chorar e querer acreditar que não é verdade. Podemos descontar nossa ira e achar que tudo não passou de um castigo divino. Ah! Mas e quando tudo isso dura um tiquinho de tempo e logo percebemos que aqueles sintomas foram embora, que conhecemos novos produtos e receitas e, mais do que isso, e pessoas incríveis que vivem como nós? Sim, é chegada a consciência de que nos libertamos de algo que nos fazia mal por inteiro! 

Acredito muito na inteligência do corpo humano. Eu sempre fui a criança que não gostava de tomar leite e comer pizza. A adolescente que nunca gostou de cerveja e de miojo. Como meu corpo deu sinais de que tudo isso fazia mal pra mim. Tapei meus ouvidos por muito tempo, por motivos que até desconheço. Mas quando abri os olhos e ouvidos, estava eu lá, celíaca e intolerante a lactose; parei de consumir tudo o que me fazia mal. E como é bom comer pizza sem glúten de vez em quando. O leite, a cerveja e o miojo ficaram no esquecimento, assim como o pãozinho francês, que era meu preferido. Acreditem se quiser e eu nem sei como isso aconteceu, fiquei bloqueada de sentir vontade de comer tudo o que me faz mal. Sempre digo as pessoas que elas não se sintam mal por comer, na minha frente, algo que não posso comer. Aquele bolo recheado bem bonito ou aquele salgadinho quentinho bem glutenosos simplesmente não me apetecem. Bom, eles me apetecem para descobrir a receita da versão sem glúten. Mas não mais para comer. 

O que eu fiz para que tudo isso acontecesse? Aceitei, agradeci e confiei! Aceitei que dali pra frente viveria uma nova vida com novos sabores, agradeci a Deus por ter descoberto o que me fazia tão mal e por não ser nada que eu não pudesse controlar e confiei (muito!) de que tudo daria certo. E fiz dar. Tudo isso com o apoio de pessoas que me amam, que me fizeram acreditar que depois da tempestade vem o arco íris e que atrás dele tem um mundo de possibilidades. Uma delas é estar aqui, incentivando vocês a serem não só pessoas que não comem mais o glúten, mas a serem melhores, a cada dia; a se amarem mais e mais e se permitirem ser felizes!

domingo, 15 de novembro de 2015

Três dias em Belo Horizonte


Já começo dizendo que eu voltei com dor no coração por não ter conhecido os pontos turísticos de Belo Horizonte, como esse da foto. Mas, eu sou uma pessoa otimista e isso vai servir de incentivo para que eu volte, com certeza (e quando eu voltar vai ser para conhecer Inhotim!).

Mas se você partir do ponto de vista de que ir a uma padaria inteirinha sem glúten também é visitar um ponto turístico, sim, eu visitei e mais de uma vez! Vou contar tudinho para vocês como planejei essa viagem para a capital de Minas Gerais. A viagem foi a trabalho e por isso foi difícil conhecer a cidade.

Antes de qualquer viagem, eu busco algumas referências na cidade para saber onde posso comprar e consumir alimentos sem glúten. Eu não fazia ideia de que Belo Horizonte é uma cidade enorme. Por isso, optei por planejar e levar minhas refeições e conhecer uma padaria que me chamou a atenção. 

Vem comigo que eu te conto tudo!

Fui de avião e como o trajeto era bem curtinho, não me preocupei com refeição no avião. Apenas me certifiquei de que na minha marmita (que levei como bagagem de mão) não continha nada que o aeroporto pudesse barrar, como facas (levei meus talheres porque eu precisaria me alimentar fora de casa), líquidos ou o álcool gel que levo na bolsa por me alimentar fora de casa. Esses itens proibidos eu coloquei na minha mala despachada, junto com minhas roupas e também minha torradeira. Embarquei sem problemas no Aeroporto Pampulha (o de Confins era bem longinho do meu hotel). 

O hotel que eu escolhi foi o Ibis Pampulha, que era próximo do aeroporto, como mencionei, e também da UFMG, que era o local para onde eu teria que ir todos os dias. Antes de escolher o hotel, verifiquei não só a questão da localização como também da estrutura para aquecer minhas refeições. Deu super certo! 



Levei as refeições em marmitinhas e embalagens que poderiam ser jogadas no lixo após o uso. Assim, eu não precisaria trazer potinhos vazios na mala. Levei nhoque com molho bolonhesa e arroz branco + carne com molho. Para aquecer as comidas, levei um refratário de vidro e aquecia tudo no micro-ondas do hotel. Lá a voltagem era 220 mas o hotel fornecia transformador. Solicitei um para usar na minha torradeira. Ah! E o Wi-fi do hotel é muito bom, o que facilita bastante, principalmente na hora de me locomover. 

Levei as refeições em marmitinhas como essa. Comeu? É só jogar a embalagem fora!

No hotel, aquecia minhas refeições no micro-ondas disponibilizado 24 horas no lounge do hotel
O queijo ralado é fornecido pelo hotel como cortesia. Aproveitei!

Como eu tomava café da manhã?
Como eu tinha levado minhas fatias de pão, eu usava a torradeira para deixá-las quentinhas e crocantes. Em um pratinho colocava a torrada, um pedaço de bolo de cenoura que levei e meu potinho com aveia, para acrescentar na fruta. Descia para o café da manhã, pegava as frutas (que as funcionários atenciosamente cortaram na hora e à parte para mim), o cream cheese, pedia o suco natural e me deliciava com a Nutella. Um moço no elevador olhou meu pratinho e disse: "Nossa, que torrada bonita".

Meu pãozinho Mr Premium e meu bolo de cenoura em Belo Horizonte + suco de laranja natural + mamão cortado a parte, pelas funcionárias, para mim

Amor à Nutella e ao cream cheese Danubio, ambos sem glúten mas com lactose

Para higienizar meus talheres e meu refratário de vidro, que usava a cada refeição, usei a metade de um esponja que levei (cortei ao meio uma dessas do tamanho normal) e em um potinho de remédio de homeopatia, desses de vidro, levei detergente. Você pode levar uma inteira, é claro. Eu quis cortar para ocupar menos espaço e também porque eu jogaria fora a metade antes de retornar para casa.

Metade de uma esponja para lavar louças
Sem ocupar espaço, sem peso e excelente para lavar os utensílios que levar em viagens

Em um dos dias, precisei almoçar na UFMG pois não dava tempo de voltar para o hotel. Na faculdade de letras tem uma cantina e esquentei minha comida lá, no micro-ondas. Eles cobram 1 real para aquecer a comida. Valeu a pena porque o pessoal que estava comigo almoçou lá e não ficou muito satisfeito. O bom de andar com a própria comida é não ser pega de surpresa em restaurantes não tão convidativos. 

Eis que então fui conhecer a Padaria Não Contém - De bem sem glúten. Muitos de vocês puderam saber sobre ela porque durante a viagem eu postei fotos no facebook. Um lugar super incrível e super seguro para nós. Fui para me alimentar lá mas fiquei na dúvida para trazer coisinhas congeladas no avião. No dia seguinte bateu o arrependimento, voltei lá e comprei os congelados. Como eu tinha levado minhas comidas em embalagens descartáveis, estava com a bolsa térmica livre para trazer tudo para casa. 

O Matheus, proprietário, é celíaco e uma pessoa muuuuuito simpática. 
Ele me recebeu muuuuitíssimo bem. Degustei alguns produtos e pedi esfiha. Gostei de tudo o que experimentei. A esfiha e a empadinha nem parecem sem glúten, de tão maravilhosas. Para vocês terem ideia, nem precisa aquecer para comer. Elas ficam incríveis ao natural. 
Lá também tem mini pizza, croissant salgado e de chocolate, risóles, bolinho de bacalhau e fazem até bolo, desses de aniversário. Para trazer, escolhi as empadinhas, esfihas, bolinhos de carne e mini cachorro quentes (sabem aqueles enroladinhos com salsicha que lembram a infância?).


Do hotel para a Não Contém eu peguei um ônibus, com ar condicionado. Eles tem um sistema chamado MOVE e até os pontos de ônibus são diferentes. O serviço de táxi em Belo Horizonte eu achei bem ruim; os taxistas fazem cara feia se precisamos ir a um lugar próximo. Mas, vou deixar aqui a indicação de um taxista nota 10, super simpático e prestativo. Ele chama Antônio e o celular/whatsapp dele é (031) 8817.9268.

Para finalizar, vou deixar aqui embaixo alguns contatos de lugares sem glúten em BH. Pesquisei e entrei em contato com alguns*:

- Sabor Sem Glúten (loja)
http://www.bhsemgluten.com.br/ 
Av. Francisco Sá, 345B - Prado 
Tel: (31) 2552-5418

- Brasil Zero Glúten (loja) 
http://www.brasilzerogluten.com.br/
Av. Dona Senhorinha, 128 
Tel: (31) 3485 2400

- Empório Nutri (loja) 
http://www.emporionutri.com.br/
Avenida Antônio Abrahão Caram, 614
Tel: (31) 3245-5165

- Maurizio Gallo (restaurante)* 
Apesar de muitas pessoas indicarem, inclusive celíacos, quando entrei em contato me disseram não garantir que não haja contaminação cruzada. E quer saber? Acho muita coragem ir porque o ambiente deve ser farinha de trigo para todos os lados. Não me acho tão corajosa assim não.
http://www.restaurantemauriziogallo.com.br/
Rua dos Aimorés, 2305 - (31) 25143020 / (31) 93312000  
Av. Nossa Senhora do Carmo, 860 - (31) 2555-5432 / (31) 8849-0001 

- Não Contém - De bem sem glúten (padaria)*
Faz entregas se precisar mas vale a pena ir até lá conhecer; tudo sem contaminação cruzada
https://www.facebook.com/naocontemdebemsemgluten
Rua Major Lopes, 117 - São Pedro
Tel: (31) 2552-9186

- Comer Bem Sem Glúten – Regina Miranda* 
Faz entregas e não tem contaminação cruzada; a Regina foi extremamente atenciosa nos emails
Acabei não provando porque levei tudo pronto daqui de casa
https://www.facebook.com/comerbemsemgluten?fref=ts
Tel: (31) 9487-1106

É sempre importante entrar em contato antes e verificar o horário de funcionamento, taxa de entrega e querendo ir até o local, dá para usar o Google Maps ou o Waze para se ter uma noção da distância.

Espero ter ajudado com essas dicas e que você aproveite BH sem contaminação cruzada!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Celíacos, ostra feliz não faz pérola


Era o dia do macarrão. Eu que sabia exatamente os sabores e texturas de massas, pães e bolos feitos com farinha de trigo agora tinha encontrado uma causa para tantas dores e incômodos: “glúten, quanta crueldade comigo!”

O que eu não sabia é que até ali eu estava sobrevivendo e que a partir daquele momento, eu passaria a viver


Com muita força de vontade, fui encontrando caminhos para aprender a conviver com a doença celíaca. O primeiro passo foi enxergá-la não como doença, mas como uma possibilidade para uma nova vida. Vieram os novos sabores, novas texturas, o amor colocado no ato de cozinhar, além da vontade de adquirir conhecimento sobre o meu diagnóstico. Nessa nova realidade, conheci pessoas e vivi situações que me ajudaram a ser um ser humano melhor. Tudo mudou, dentro e fora de mim. Aprendi a dar mais valor as frutas, verduras e legumes e a escutar meu corpo, principalmente as minhas dores, afinal onde há dor há algo para ser escutado. Conheci um mundo além da farinha de trigo. E como ele é rico...cheio de sabores, cores e aromas!

Mas então ser celíaca é a melhor coisa do mundo? As dificuldades existem e sempre vão existir, sendo celíaco ou não. O que muda é o olhar que temos sobre elas. Mesmo que não queiramos, é certo de que passaremos por mudanças na nossa vida. E já que elas vão acontecer, que sejam para nos tornarem melhores, não é? A calma e a paciência foram os ingredientes mais necessários para aprender a como ser feliz mesmo tendo uma alimentação restrita. Rubem Alves, meu preferido, nos presenteou com uma grande lição, “Ostra feliz não faz pérola” (clique aqui para ler!). Acalmei meu coração quando me deparei com esse texto e pude entender o significado dele. Deveria ser leitura obrigatória para todos os celíacos. Quando mantemos a calma, não perdemos o equilíbrio, que é fundamental para que comecemos a buscar alternativas. Sob estresse e desespero, isso não é possível. Com o tempo, histórias de vida vão se juntando a nossa própria, deixando a certeza de que não estamos sozinhos no mundo. Muitas outras pessoas também passam pelos mesmos problemas, senão, mais difíceis.

Aceitação e compreensão do diagnóstico também foram fundamentais. Quando compreendemos e aceitamos que determinados fatos não conseguimos mudar, passamos a ficar mais serenos buscando mudar não a situação mas a forma como a encaramos. Sabe aquela conversa com a vida? “Ok! Já entendi que não posso voltar no tempo ou deixar de ser celíaca. Então o que eu posso fazer, daqui pra frente, para que eu viva mais feliz?”

Embora muitos ainda não estejam certos disso, a vida responde. Basta estarmos atentos aos sinais que ela dá. As respostas podem estar nos conselhos de um amigo querido, em uma pessoa desconhecida que nos solicita ajuda, nas situações vivenciadas “por acaso”, nas dúvidas que nos surgem à cabeça ou no coração e até mesmo em uma dificuldade que devemos atravessar. Por isso, ler, estudar, perguntar e trocar experiências são fontes de conhecimento que podem trazer benefícios. E se estiver pesado e difícil, a melhor saída é não ficar sozinho, abra o coração e procure ajuda, converse com os amigos e a família, busque grupos de apoio; existem tantos nas redes sociais, por exemplo.

E o mais importante de tudo: devemos ser felizes, manter um sorriso no rosto, esperança de que tudo dará certo e confiança no que estamos fazendo. Com certeza, muitas outras pessoas se espelharão em você para lidar com um situação difícil. Muito melhor se pudermos ser um exemplo positivo, não é?


Ninguém está na Terra para ser infeliz. Todos nós estamos aqui para aprendermos e sermos muito felizes. 
Já pensou que o seu diagnóstico pode ser uma oportunidade para transformar não só a sua vida como a de outras pessoas também?

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Receita de hoje: nhoque de abóbora com amaranto ao molho de leite de côco e limão siciliano



Essa receitinha ficou boa demais! Acabei usando como base a que já existe aqui no blog e dei uma incrementada com as minhas ideias + pesquisa na internet. E aí que foi sucesso total!

O objetivo era aproveitar a abóbora já refogada que estava na geladeira mas como não tinha quantidade suficiente, cozinhei duas batatas pequenas e acrescentei na receita. Tanto a batata quanto a abóbora estavam bem cozidas. 

A receita é fácil, leve e muito saborosa. Vamos aprender? 

Separe os ingredientes para o nhoque:
- 500 gramas de batata e abóbora cozidas (pode dividir essa quantidade como preferir - a abóbora dá uma cor mais bonita ao nhoque, como na foto)
- 2 colheres de sopa de amaranto em flocos ou qualquer outra fibra (quinoa, aveia, por exemplo)
- 220 gramas de farinha de arroz
- Sal a gosto

E esses para o molho:
- 1/2 cebola pequena picadinha em pedaços bem pequenos
- 1 colher de sobremesa de margarina (sempre uso a Becel do potinho azul, por ser sem lactose)
- 400 ml de leite de côco (utilizei o industrializado mesmo - 2 vidrinhos)
- Suco de 1/2 limão siciliano
- Sal e noz moscada a gosto
- Folhinhas de manjericão para salpicar

Para o nhoque, processe as batatas e as abóboras bem cozidas no processador, até que elas virem uma purê. Em uma bacia, coloque o purê, o amaranto em flocos, o sal e, aos poucos, vá acrescentando a farinha de arroz. O ponto é exatamente quando a massa não estiver mais grudando na mão. 
Em uma panela, ferva a água e em uma superfície limpa e polvilhada com farinha de arroz, faça os rolinhos e corte no tamanho aproximado de 2 cm. Antes de cortar tudo, jogue alguns na água quente para ver se ele não desmancha ou não fica muito duro. Se estiver tudo certo, coloque, aos poucos, o nhoque e espere subir até a superfície. Retire com uma escumadeira e coloque-os em um refratário que possa ir ao forno. Reserve. 

Para o molho, refogue a cebola com a margarina, acrescente o leite de côco e deixe ferver até dar uma engrossada. Quando estiver mais grossinho, rale um pouco de noz moscada, acrescente o limão siciliano e sala. Ferva por mais alguns minutinhos e jogue o molho em cima do nhoque. Salpique as folhinhas de manjericão por cima e leve ao forno por aproximadamente dez minutinhos. 
Vai perfumar a casa e abrir o apetite!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Receita de hoje: Pão de liquidificador


Geeeeente, meu primeiro pão sem glúten! 
Nem acredito! 

Era só isso que faltava na minha lista de receitinhas. Eu não tenho paciência e tolerância a frustração o bastante para os pães sem glúten. Todo mundo sabe que achar a receita de um pão que chegue o mais próximo possível do pão com glúten é extremamente desafiador. Ainda bem que eu tenho leitores corajosos que já compartilharam receitas de pãezinhos porque quando alguém me pedia uma, lá ia eu explicar que nunca testei. O fato é que eu precisava desse tempo para me tornar menos exigente. Quando somos recém diagnosticados ainda guardamos lembranças do pão francês e isso torna a jornada bem mais difícil. Com o tempo, nos acostumamos com as coisinhas um pouco mais secas e durinhas e aí fica bem mais fácil gostarmos de pão sem glúten. 

Além disso, outra coisa que me incentivou é que vou me casar e na minha casa vamos optar por não entrar glúten, apenas a cerveja que é bem mais difícil de contaminar minha comida do que migalhas de pão francês, por exemplo. Então, se eu não quero que entre glúten na minha casa, eu me sinto na obrigação de servir algo para minhas visitas e isso inclui o queridinho do café da manhã e da tarde, o pão. Mas, como eu mencionei, não tenho paciência pra esperar fermentar e também não tenho tolerância o bastante para ver que a receita do pão não deu certo e tudo vai para o lixo. 

Como a vida é um grande dar e receber, um amigo de uma amiga muito querida me contou dessa receita. Acreditem que quando ele foi diagnosticado e nós conversamos, ele se lembrou de que meses atrás, quando ainda não sabia que era celíaco, ao saber da minha intolerância, disse: "No seu lugar eu morreria!". Mas, ele não morreu, nós já fizemos passeios gluten free e hoje trocamos receitas. A vida não é mesmo muito engraçada? 

Eu nem botava fé na tal receitinha mas quando li era tão fácil mas tão fácil que seria até feio eu não tentar, nem que fosse pra jurar que nunca mais faria um pão sem glúten e serviria tapioca para minhas visitas. Eu tentei e adorei o resultado! Se você comer esse pãozinho esperando encontrar algo parecido com o pão francês você pode se frustrar. Agora, se você for de peito aberto corre grandes chances de eleger essa receitinha como a queridinha. 

Quando recebi a receitinha, ela estava em medida de copo americano. Nossa senhorinha das receitas, eu não suporto receita com essa medida porque embora ela pareça universal, não é. Uns falam que o copo americano tem 200 ml outros 250 e o rolo já começa aqui. Então, eu transformei toda a receita. 

Então, chega de papo e vamos colocar a mão na massa? Não, espera! 
Nem a mão na massa a gente coloca nessa receita. Simbora aquecer o forno!

Você vai precisar de:
- 3 ovos
- 100 ml de óleo
- 210 gramas de farinha de arroz
- 170 gramas de iogurte zero lactose
- 1 colher de sopa de açúcar
- 1 colher de chá de sal
- 1 colher de sopa de fermento em pó
- Fibras (aqui vale acrescentar aveia, chia, quinoa, enfim, o que quiser) | não tem uma quantidade certa mas pelo o que me lembro acrescentei 1 ou 2 colheres de chia 
- Gema para pincelar e dar uma corzinha para o pão 
- Papel manteiga para forrar a fôrma, que deve ser aquela de bolo inglês (retangular)

No liquidificador, bata os ovos, óleo, iogurte, o sal e o açúcar. Aos poucos acrescente a farinha de arroz e se optou por acrescentar, as fibras. Por último, coloque o fermento em pó. Despeje a mistura na forma, pincele a gema de ovo e leve ao forno pré aquecido por 180 graus. O tempo vai variar de forno para forno mas aqui em casa, que usamos o forno elétrico, levou 30 minutos para assar. O ideal é ir espetando o palito de dente para saber se já está prontinho. 

E sim, acabou! Só isso? Só isso, gente!
Muito fácil, não é?

Pode receber os amigos, a família e servir o café. Hoje vai ter pão quentinho!


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Receita de hoje: paleta mexicana de morango com leite condensado de leite de coco


Siiiim, existem alguns doces mais saudáveis do que outros! 
Essa receita surgiu da vontade de comer uma paleta gostosa + consciência pesada de comer leite condensado. O processo não é tão rápido (bom, pelo menos o meu não foi) mas valeu super a pena.  

Eu estava com tempo quando quis fazer, tinha acabado de fazer uma cirurgia de correção de miopia e não conseguia ler e nem assistir TV. Fiquei de repouso mais fui ficando tão entediada que decidi ir para a cozinha, mesmo contra a vontade do namorado. Na época em que fiz (final de junho) ainda estava um tempo bem fresquinho. Então, esperei o calor chegar para compartilhar com vocês essa receitinha supimpa!

Simbora para a cozinha?
A receita base para essa é a publicada no YouTube, da confeiteira Danielle Noce. 

Primeiro, prepare o leite condensado de leite de coco, receitinha já publicada aqui no blog (clique aqui para conferir), e reserve. 

Além do leite condensado de leite de coco, você vai precisar de:
- 400 gramas de morango
- 5 colheres de sopa de açúcar (ou o quanto basta para o seu paladar)
- 1 limão
- Palitos de picolé (o dia em que resolvi fazer, eu não tinha os palitos de picolé e acabei usando aqueles para espetinho de carne - basta cortá-los ao meio)
- Copos descartáveis (200 ml)
Para deixar o espaço vazio para o recheio, você vai precisar de um copo menor e mais fino para colocar dentro do copo preenchido com a mistura. No dia eu não tinha um copo que desse certo, pois o de café descartável não funcionou. Eis que fui pensando e acabei tendo a ideia de pegar um potinho de shampoo. Joguei fora todo o líquido que estava dentro, retirei o papel da embalagem e higienizei bem com água, sabão e álcool. Para ele ficar pesadinho e não subir dentro do outro copo, coloquei água e, por último, enrolei o potinho de shampoo em um papel filme. 

Em um liquidificador, bata os morangos, o açúcar e o suco do limão. Preencha o copo descartável de 200 ml com a mistura e, em seguida, coloque o potinho (ou um outro copo que dê certo - também com peso para ele não subir) para deixar o espaço vazio do recheio. Leve ao freezer até que vire um sorvete. 

Quando estiver como um sorvete, retire o potinho do meio (delicadamente para não quebrar), preencha o fundo do copo com um pouquinho da mistura e leve novamente ao freezer. Quando o fundo estiver durinho, preencha com o leite condensado de leite de coco e, para finalizar, mais um pouco da mistura para "fechar" a paleta. Espete palito e leve ao congelador até que esteja pronto para consumo. 
Retirando do congelador, é só rasgar o copinho e se deliciar. Fica incrível e dá para usar outras frutas. Nesse dia fiz com morango e manga, ambos combinaram super bem com o sabor do leite de coco. 

Já pensou nas combinações incríveis que dá pra fazer? 
O calor chegou! Aproveite!

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Receita de hoje: bolo de maracujá com chia | Mix Dolci Schär


Eu nunca tinha feito um bolo de maracujá, acreditem!
Eis que em uma semana, uma leitora do blog, a Érica, me falou que a receita do bolo de limão que postei há um tempinho atrás (clique aqui para ver!), dá para ser usada para o bolo de maracujá. Achei um máximo e falei pra ela que testaria. 

No dia seguinte, a Natue me encaminhou a receitinha de um bolo de maracujá. Amei essa sincronicidade! 
Já falei outras vezes mas firmei uma parceria não financeira com a Natue. Eles me enviam alguns ingredientes e receitas, eu testo e passo pra vocês. Muitas vezes, tenho um ingrediente e não sei muito bem o que fazer com ele, aí a Ana, lá da Natue, me socorre. Estou adorando porque é uma parceria que beneficia não só a mim mas a vocês também, pois conseguem ter acesso às receitinhas. 

Eu tinha aqui nas minhas coisinhas uma farinha da Schär, a Mix Dolci, e não sabia o que fazer com ela. Então, a Natue me enviou essa receitinha, que eu amei. Ela é super simples e mais saudável do que tantas outras. Vale a pena tentar! 

Quem não tiver a farinha Mix Dolci, da Schär, pode encontrá-la nos estabelecimentos que vendem produtos sem glúten ou até mesmo na loja virtual da Natue. Dei uma conferida no site e ela está de R$ 28,90 por R$ 25,90 + frete. 

Mãos à obra? Quer dizer, na batedeira?!

Você vai precisar de: 
- 3 ovos (claras e gemas separadas)
- 1 xícara (chá) de açúcar demerara ou mascavo 
- 1/2 xícara de óleo de coco ou outro óleo vegetal, como por exemplo, o de girassol
- 1/2 xícara (chá) de suco de maracujá natural (coado)
- 2 xícaras (chá) de Mix Dolci da Schär (não tentei mas eu tentaria, caso não tivesse a Mix Dolci, com uma outra farinha sem glúten - costumo usar a da Aminna)
- 1 colher (sopa) de fermento em pó 
- 4 colheres (sopa) de semente de chia 

Em uma batedeira, bata as gemas e o açúcar até formar um creme. Em seguida, adicione o óleo e continue batendo. Misture o suco de maracujá com a chia e vá adicionando aos poucos a farinha. Bata até virar um creme homogêneo. 
Incorpore as claras batidas em neve delicadamente e em seguida as sementes. Misture mais um pouco. Coloque a massa em uma forma untada e polvilhada com farinha (sem glúten, hein?!).
Leve ao forno a 180ºC por cerca de 25-30 minutos ou até que fique assada. 

Se quiser fazer a calda de maracujá, coloque em uma panela a polpa da fruta (sem coar) com um pouco de água e açúcar a gosto. Mexa até dar uma engrossada e, em seguida, jogue por cima do bolo. Sirva quentinho!

Natue, obrigada pela receita incrível!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Não considere a doença celíaca um fardo | 5 verdades



Após assistir diversos programas que trazem o tema glúten (e algumas vezes doença celíaca também), pensei em fazer algumas considerações com relação ao que geralmente é abordado. 

Por mais que tenhamos nossos apontamentos, existe um lado positivo: mais pessoas falando e conhecendo a doença celíaca, o que significa que estamos conquistando nosso espaço para falar de algo que atinge muitas pessoas que desconhecem o problema. Sejamos críticos no sentido de ouvir a informação e saber distingui-la mas não sejamos críticos a ponto de só olhar para o lado negativo das coisas. Por isso a leitura e a troca de informações com outros celíacos é fundamental. O conhecimento é que nos ajuda a fazer boas escolhas.

NÃO ELIMINE O GLÚTEN DA ALIMENTAÇÃO SEM ANTES FAZER O EXAME DE DOENÇA CELÍACA! Você pode ser celíaco e não saber e, sendo celíaco, há outros cuidados mais detalhados (com a contaminação cruzada, por exemplo) que devem ser seguidos a risca. Tirando o glúten antes da realização de exames não trará os resultados fidedignos. Para fazermos os exames necessários para o diagnóstico, precisamos estar ingerindo glúten. Se você tem qualquer desconfiança de intolerância ao glúten, faça os exames e tire a dúvida. O talvez é muito ruim!

० Vocês já repararam, nas reportagens, que as pessoas que eliminaram o glúten da alimentação, aprenderam a FAZER NOVAS E BOAS ESCOLHAS?! Não se trata só de eliminar o glúten! Trata-se de equilíbrio, de conhecer um mundo além da farinha de trigo. Sou o exemplo disso: hoje, com 3 anos de diagnóstico, me sinto muito mais saudável do que antes. Além de meus problemas de saúde terem ido embora, aumentei meu consumo de frutas, verduras e legumes. Sendo celíaca, me tornei mais disciplinada e aprendi (e ainda aprendo!) a escolher alimentos que vão nutrir, de verdade, meu corpo e minha mente. Além dos alimentos sem glúten, passei a buscar uma vida saudável por inteiro. Aprendi a cozinhar e amar o meu corpo e a minha vida.

० Por isso, não adianta nada, tanto para celíacos quanto para pessoas que eliminaram o glúten por opção, deixar de consumi-lo e continuar a comer doces, por exemplo. Não é uma substituição saudável e não vai te trazer saúde e, consequentemente, emagrecimento. Quando fazemos boas escolhas, o emagrecimento vira uma consequência. SOMOS O QUE COMEMOS e equilíbrio é fundamental!

NÃO, NÓS NÃO PASSAMOS FOME E NEM VONTADE! Pode debochar a vontade da nossa condição. Apesar de ser uma maneira desrespeitosa de lidar com o assunto, garanto que se aqueles que debocham vissem o meu café da manhã, certamente deixariam de debochar porque aprendi a fazer boas escolhas e mais do que isso, que só passa fome e vontade quem não tem disposição. Matamos um leão por dia sim. Não é fácil! Mas também ninguém disse que ia ser. Se essas pessoas frequentassem os lugares que frequento para me alimentar bem e matar minhas vontades, certamente saberiam que apesar de todas as dificuldades, a felicidade mora dentro da gente e não só em uma mesa de refeição. Mora nas companhias que temos no nosso dia-a-dia, na força que ganhamos e damos entre nós.

SOMOS CAPAZES! E somos porque temos ao nosso lado pessoas que nos amam e não medem esforços para ver um sorriso nosso. Somos porque mesmo que não tenhamos apoio de todos, tiramos todas as nossas forças para enfrentar o que vier. Não temos que mudar o outro, temos que nos fortalecer para enfrentarmos o que tivermos que enfrentar, seja o preconceito ou a hostilidade do outro. 

E eu sempre gosto de lembrar que o deboche, a falta de respeito ou a falta de empatia com o outro é tão absurda porque a pessoa nunca pensa que um dia pode acontecer com ela. Ninguém está livre de ser acometido por uma alergia/intolerância alimentar ou qualquer outro diagnóstico. Então, antes de qualquer comentário debochado ou maldoso, devemos sempre no colocar no lugar do outro. E se não temos nada a acrescentar com as nossas palavras, o silêncio também é resposta, não é?

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Receita de hoje: bolo de limão com leite condensado de arroz


Eu ainda não achei o bolo de limão perfeito. Sim, iguais aqueles que eu comia antes do diagnóstico. Todos que tenho feito tem ficado mais embatumadinho ou quebradiço. Mas, tudo bem. Mesmo com uma textura não perfeita, o gosto sempre fica bom. 

Pela foto dá para reparar que ele não ficou bonito. Mas, acabaram com o bolo rapidinho; então acho que não estava tão ruim, né? 

Essa receitinha veio da Érica, que também é leitora assídua do blog. Ela é super participativa, compartilha um montão de coisas e parece ser uma pessoa bem querida. Eu adorei a receita!
Adaptei todas as medidas porque a receita dela é com iogurte com lactose e eu fiz sem lactose (a medida dos copinhos são diferentes). 

Em cima do bolo eu preparei um leite condensado de arroz, receita que aprendi no blog da Cláudia Marcelino. Particularmente, eu gosto mais do resultado da calda de leite condensado com limão. Mas às vezes a consciência pesa com tanta gordice que eu resolvi fazer o de arroz. Para não ficar com aquele aspecto e textura de amido, eu acrescento um pouco de leite zero lactose. Aqui embaixo vou colocar a receitinha. 

Vamos aprender?
Não é nada difícil!

Você vai precisar de:
- 170 gramas de iogurte sem lactose (usei o natural da LacFree, da Verde Campo)
- 50 ml de óleo
- 2 ovos
- 270 gramas de açúcar
- 125 gramas de farinha de arroz
- 37 gramas de amido de milho
- 40 gramas de fécula de batata
- Suco de 1 limão bem grande e suculento (antes de cortá-lo, raspe um pouquinho para usarmos as raspinhas para enfeitar)
- 1 colher de sopa de fermento em pó

PAUSA PARA DICA!

Para extrair o máximo do suco do limão ou laranja, basta ir rolando-os em uma superfície lisa. Quanto mais rolar, mais suco você terá! 
Com isso, espremer com as mãos ficará super fácil!

Hora de colocar a mão na massa!
Primeiro, misture os secos (açúcar, farinha de arroz, amido de milho e fécula de batata) e reserve. Na batedeira, bata os ovos, o óleo e o suco do limão. Em seguida, acrescente o iogurte e bata mais. Por último, vá acrescentando aos pouco a mistura dos secos. Adicione o fermento em pó e mexa com um fouet. Unte uma assadeira e leve o bolo ao forno pré-aquecido a 180 graus. Para saber se já está no ponto, faça o teste do palito. 


Feito o bolo, enquanto ele esfria, vamos preparar o leite condensado de arroz, uma alternativa para quem não pode consumir leite. A receita original está aqui

Os ingredientes são:
- 2 e 1/4 de xícara de leite de arroz (tem receita de como fazer aqui!)
- 1/2 xícara de açúcar refinado
- 1 colher de chá de essência de baunilha
- Suco de limão a gosto
- Aproximadamente 150 ml de leite zero lactose

Em uma panela, misture o leite de arroz e o açúcar, em fogo baixo, sempre mexendo. Essa mistura deverá reduzir a metade. Em seguida, adicione a baunilha e, aos poucos, acrescente o leite zero lactose, que dará uma cor mais esbranquiçada ao leite condensado e não o deixará com tanta consistência de amido. Ao desenformar o bolo, jogue o leite condensado de arroz e as raspas de limão para enfeitar. Só se deliciar!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Receita de hoje: pão salgado de frigideira + pão doce de frigideira + mini pizza


Sério, essa receita mudou minha vida! Ela é tão versátil, prática e rápida.

Aprendi no blog Mamão e Açúcar e, a partir dela, fui e ainda estou inventando. Adoro receitinhas assim, que permitem outras criações. Sem contar que a receita é individual, o que permite ser feita na hora. Primeiro, vou falar da receita original e, em seguida, as dicas do que já fiz a partir dela. 

Separe: 
- 1 ovo 
- 1 colher de sopa (rasa) de óleo 
- 1 colher de sopa de água
- 2 colheres de sopa (rasa) de aveia sem glúten (uso a marca Monama)
- 2 colheres de sopa (rasas) de farinha de arroz (tenho usado da marca Urbano e da Aminna, que ganhei da loja virtual Natue)
- 1 colher de café de fermento para bolo
- 1/2 colher de café (rasa) de sal 

Primeiramente, peneire o ovo (acreditem, faz diferença!). Quando não peneirei o pãozinho ficou com cheiro e sabor acentuado de ovo. 
Bata bem o ovo e acrescente o óleo e a água. Em seguida, adicione a aveia e a farinha de arroz e bata mais, até ficar bem homogêneo. Por último, acrescente o sal e o fermento. Em uma frigideira (a minha é bem boa então não preciso nem colocar óleo, mas se a sua frigideira gruda um pouquinho é melhor untá-la), despeje a massinha e deixe dourar dos dois lados, sempre em fogo baixo. Está prontinho e a espessura ficará igual a da foto acima (se você usar uma frigideira com 20 cm de diâmetro na boca e 13,5 cm no fundo).

Dicas
Agora, vamos as transformações dessa receita incrível! 

* Quando fiz pela primeira vez, achei que o pãozinho ficou grossinho e eu queria mais fino. Então, para deixá-lo mais fininho, é só dividir a receita, não os ingredientes mas a massa mesmo, antes de levá-la a frigideira. Aí essa divisão pode ser algo muito bom: se você não acrescentar o sal, você pode dividir a massa. Em uma metade você coloca o sal e na outra metade você acrescenta açúcar mascavo e chocolate em pó, a gosto. Pronto, com uma única receita temos um pãozinho salgado e um doce. Claro que vai render uma porção pequena, ideal para quem não come muito de manhã (eu, por exemplo). Mas, se quiser, pode fazer a receita inteira, aí é só seguir a receitinha lá em cima, eliminando o sal e acrescentando o açúcar e o chocolate em pó.

No pãozinho salgado gosto de passar margarina mas também pode-se comer com requeijão, queijo cottage ou o que mais preferir. No pãozinho doce, pode-se colocar geléia, doce de leite e já coloquei iogurte (sim, fica delicioso!). Nas fotos abaixo foi feita uma receita; depois de pronto o pãozinho, dividi no meio para fazer a foto.

Pãozinho salgado feito com metade da massa da receita original, deixando-o mais fininho

Pãozinho doce feito com metade da massa da receita original, deixando-o mais fininho
* Para deixar o pãozinho super saudável e gostoso, podemos acrescentar semente de linhaça, de chia ou ainda gergelim. 

A outra transformação SUPER top foi a mini pizza. Ficou divina mesmo! 
Para fazer a mini pizza eu usei aquelas mini frigideiras, que geralmente são para fazer um ovo (a minha eu comprei no Pão de Açúcar, na marca Finlandek; ela tem 14 cm de diâmetro na boca e uns 10 cm de diâmetro no fundo). Mas também pensei que dá para duplicar ou triplicar a receita, fazer em uma frigideira maior e cortar a pizza em mini pedacinhos triangular. Pode-se fazer uma refeição ou petiscos. Uma ideia bem legal. 

Para fazer a mini pizza, é só seguir a receita original (com a ideia de deixá-la mais fininha), dispor os disquinhos em uma fôrma, acrescentar molho de tomate e o que mais quiser. Eu, por exemplo, acrescentei peito de peru, tomatinhos cereja, queijo e orégano. Depois, é só levar ao forno para derreter o queijo e se deliciar. 
Vejam como ficou linda! (E não só linda, muito apetitosa)


Gostaram dessa receita que vira outras duas?
O que mais pode-se criar com essa? Já pensou? Divide com a gente!

terça-feira, 28 de julho de 2015

Você tem vergonha de assumir sua marmita? Vamos conversar!


Antes do diagnóstico eu tinha uma pontinha de vergonha sim. Eu não sei porque raios as pessoas (ainda hoje) associam marmita a falta de classe, condição socioeconômica ou sei lá qual relação mais preconceituosa que possa existir. 

Como eu vejo essa situação hoje em dia? "Tô nem aí, tô nem aí..."

Às vezes as pessoas nos olham como se pensassem: "ele(a) deve estar com a marmita por ter algum problema!" 

Hein, PROBLEMA?!

Vamos combinar! Problema tem as pessoas preconceituosas, indisciplinadas ou mal educadas. Nós, celíacos, andamos com as nossas marmitinhas, pra lá e pra cá, justamente para não termos problemas. Quem me conhece sabe que a minha é inseparável, não vivo sem. 
E digo mais, enquanto outras pessoas criam problemas se alimentando inadequadamente (principalmente fugindo da dieta que deveriam seguir rigorosamente), a marmita resolve os meus. 
Para a maioria das perguntas que ouço, a resposta é sempre a mesma:
"Como você faz quando vai trabalhar?" 
Resposta: levo minha marmita

"Como você faz para viajar?"
Resposta: levo minhaS marmitaS

"Como você faz para ir a um casamento?"
Resposta: levo minha marmitinha

"Nossa! Mas como você faz quando todo mundo vai em um restaurante que você não pode comer?"
Resposta: "Oras, levo minha marmita!"

E levo mesmo!
Recentemente, meu pai já comemorou aniversário em um restaurante e eu não quis me arriscar. O que eu fiz? Comprei minha torta de frango preferida na Crumble, esquentei em casa e levei para o restaurante. Abri e comi com e como todo mundo. Já levei (e ainda levo) minha marmita para a praia, para o trabalho, restaurantes, lanchonete, viagens (nas fotos de ida para os EUA, lá estou eu segurando a minha marmitinha), zoológico, parque, congresso (ou outros locais onde tem coffee break glutenoso) e festas (casamento já levei umas várias vezes). Quem me acompanha pelo facebook sabe bem disso, sempre posto para onde estou levando minha marmitinha.

Inclusive, até já fiz um post sobre isso; sobre o estilo marmiteira de ser. É imperdível porque tem cada marmitinha fofa. Cliquem aqui para ver!

No final das contas, eu sinto orgulho de seguir a risca minha dieta, ser uma pessoa disciplinada e de bem comigo mesma. O que o outro pensa ou deixa de pensar sobre a minha marmita não faz diferença na minha vida. Afinal, como eu disse...problema tem as pessoas que nos olham torto.
Minha marmita me salva e me faz aproveitar tantos momentos bacanas.
Vejam essa foto!


Para vocês, só o registro de um pôr-do-sol. Mas, eu presenciei esse presente divino e incrível! Foi o cenário do casamento de um casal de amigos. O celíaco que se apega ao fato de não poder comer o que é servido em um casamento perde oportunidades como essa. Aceitar o diagnóstico e não ter vergonha de levar sua própria comidinha nos ajuda a não perder momentos valiosos como esse entre amigos queridos. 

Em 99% das vezes sempre fui bem recebida e atendida, nas minhas necessidades, pelos buffets responsáveis pelas festas. De quebra, sempre sobra curiosidade por parte dos funcionários que fazem perguntas sobre a minha condição ou comentam que também conhecem alguém assim. Ou seja, uma outra ótima oportunidade de plantar a sementinha do conhecimento sobre a doença celíaca e percebermos que não estamos sozinhos nesse mundão de meu Deus.

Eu escolhi não perder um segundo sequer do que a vida tem pra me oferecer mesmo quando ela já me impôs uma restrição alimentar. E você, vai continuar emburrado até quando? Se joga na marmita!

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