quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Fui convidado (a) para uma festa...e agora?

                                                               
     

Festa é sinônimo de alegria, felicidade, encontro, reencontro e...comida! Muuuuita comida...com glúten!
É difícil em pequenas reuniões ou festas não haver comida e, para o nosso desconforto, com muito glúten: pãezinhos, salgadinhos, canapés, massas, bolos e uma infinidade de outros tipos.

Lembram que em algum momento, aqui no blog, eu comentei que depois de 20 dias de diagnóstico, fui convidada para um casamento? Pois bem...foi super trágico. Eu não sabia muito bem como lidar, o que fazer e claro, acabei passando fome. O que me salvou foi a lasanha de berinjela que a mãe do meu namorado preparou assim que chegamos da festa. Estava deliciosa!

Esse fim de semana estive em um casamento muito especial e após quase 1 ano de diagnóstico (sim, dia 25 completarei 1 ano de diagnóstico) e tendo muita intimidade com a noiva e a família dela, consegui ter ótimos momentos ao lado de amigos, comendo super bem. E aí, fiquei pensando: "Preciso dividir isso com as pessoas..."
E não vale só para casamento não...para qualquer tipo de reunião que envolva comida...até mesmo uma pizza com os amigos. 

Muitas pessoas, inclusive os livros, recomendam que você coma antes de sair de casa. Eu acho a dica realmente válida, porém, como celíaca, não acho tão aplicável. Por mais que você coma antes de sair de casa, ao ver as pessoas comendo, você também vai querer estar junto, não é? Faz parte da nossa cultura. Vai sentir vontade e, muitas vezes, fome. Uma festa dura mais do que três horas tranquilamente. Mas então, como fazer se você foi convidado para uma festa? 

A primeira dica é: qual o grau de intimidade que você tem com o anfitrião (ou anfitriã)? 
- Se é zero e mesmo assim você acha que seria educado ir a festa, (por exemplo, casamento do seu chefe), na minha opinião, a melhor maneira é comer antes de sair de casa e permanecer na festa o tempo necessário, até a fome bater. Leve qualquer coisinha na bolsa só para disfarçar e você poder comer no caminho de volta para casa, caso a fome aperte muito. 
- Se não for zero mas também não for 100%, e isso não te faz se sentir tão a vontade para pedir o contato do buffet, apenas pergunte se o anfitrião (ou anfitriã) se importa de você levar sua própria comida. Dificilmente alguém vai se opor a isso.
Agora, se o grau de intimidade for excelente, aproveite as dicas a seguir.

Graças a Deus, esse foi o meu caso. A noiva é minha amiga desde criança, nossos pais são amigos há muito tempo e na época da faculdade, moramos juntas. O segundo ponto, que é muito bem escrito no livro "Vivendo sem glúten", e que eu acho bastante verdadeiro é: "Não espere que as outras pessoas se acomodem à sua dieta." Isso é tão verdadeiro que todo celíaco deve ter em mente (e no coração também) que as pessoas não são obrigadas a se adaptar a sua dificuldade. Elas podem sim não dificultar e, na melhor das hipóteses, facilitar...mas nunca mudar, por exemplo, o cardápio de uma festa para nos beneficiar. 
Então, como já estou acostumada com essas situações, tomei a liberdade de falar com ela a respeito disso e logo acertamos uma maneira de resolver a situação: como a noiva fica muito ocupada com os detalhes, não seria justo que ela fosse atrás de descobrir se eu poderia ou não comer as delícias do casamento. Até porque acho muito difícil que não role contaminação cruzada por ali. Então, ela me passou o telefone do buffet e eu me encarreguei de ligar e me informar. Inicialmente, na verdade, eu enviei um email, mas eu recomendo ligar porque é mais rápido e fácil. Vejam, a minha ideia sempre é: "Gostaria de saber o que tem na sua comida para que eu veja se posso ou não comer" e não "Faça uma comida pra mim ou mude o que já está planejado". Se a sua ideia for esta última, esqueça...você só vai se aborrecer. 

Perguntar sobre o cardápio não é uma falta de educação ou de respeito, desde que você saiba como perguntar, é claro. 
Então, dei um print screen no meu email para o buffet para que vocês vejam como devemos nos informar sobre a comida e evitar que possa haver glúten escondido nela.

Clique na foto para visualizá-la em tamanho maior
Contato feito, o responsável pelo buffet vai responder suas perguntas. E elas podem ser de dois tipos:

1. "Me desculpe mas, infelizmente, nosso cardápio é repleto de glúten"
Você pode sentar e chorar ou agradecer a atenção e começar a mexer os palitinhos para resolver a situação. Ok! Você pode fazer os dois mas a última opção é a principal. Foi o que aconteceu comigo. Na verdade, o buffet não disse que havia glúten na comida. Eles acharam mais simples e menos comprometedor (não há nada de errado nisso e acho até preferível) dizer que era melhor eu levar a minha alimentação. Gente, entendam: não vejam isso como má vontade, vejam como proteção. Muito melhor a pessoa falar assim do que querer te agradar e você passar mal depois. E lá fui eu: preparei minha alimentação, deixei combinado com o buffet e no dia, procurei o responsável.

2. "Pode ficar tranquila, nosso cardápio contém alimentos sem glúten"
Um verdadeiro sonho, não é? Eu diria que sou muito desconfiada, então, provavelmente não acreditaria assim, num piscar de olhos. Mas, pode acontecer. Nada é impossível. Nesses casos, pode ir para a festa tranquila. Não há nada a ser feito a não ser curtir de montão.

Como o buffet sugeriu que eu levasse a comida, questionei sobre a forma de aquecimento dos alimentos e fiz minha refeição de acordo com o que eles tinham para aquecer. Por exemplo, não faça um spaghetti se a única forma de aquecimento é o forno microondas. O ideal é que você leve alimentos para a entrada e o jantar, em si. Eu ainda fui mais a fundo: levei até sobremesa. Mas, dei sorte: a empresa que fez os docinhos foi fantástica. Liguei para eles e a responsável foi me dizendo, docinho a docinho, quais eu podia comer e quais eu não podia. Um sonho real!
Outa coisa fundamental é: sempre melhor levar sua alimentação em refratários que possam ir ao forno, forma de aquecimento mais utilizadas pelos buffets. Mas por que levar meu próprio refratário? Vocês não se esqueceram do risco de contaminação cruzada, né? Pois bem...espero que não. 

Então minha gente, a melhor forma de ir a uma festa é utilizando o sistema TSPC, criado por Donna, escritora do livro "Vivendo sem glúten": traga sua própria comida.

Estão curiosos para saber o que levei, né? Preparei algo bem simples:
- Entrada: salgadinhos da Sabor de Saúde (devem ser aquecidos no forno) e, do próprio buffet, consegui me servir com os frios;
- Jantar: Salada do buffet + arroz + estrogonofe de frango que eu mesma fiz (a receita está aqui);
- Sobremesa: docinhos permitidos do buffet + mousse chocoholandesa da Mr Bey.

Chegando a festa, procurei o responsável, expliquei tudo bem resumidamente. Ele chamou uma das cozinheiras e pediu a ela que cuidasse de tudo para mim. Fui super bem recebida. Nota 10 para a recepção e atendimento do buffet. Curti de montão a festa e não passei fome, pelo contrário, voltei com coisas para casa.

Ah! Nada de bem-casado e uísque, hein?

E o mais importante de tudo: aprecie a companhia, curta, dance, aproveite cada momento...passa tão rápido!

Obs: Lembrando que essas dicas também são válidas para as crianças celíacas, pois muitas são convidadas para festinhas dos coleguinhas. Então, nesses casos a mãe pode proceder da mesma maneira, ligando para a mãe da criança aniversariante e combinando o que for melhor para ambas. Uma dica é que na marmitinha da criança a mãe pode colocar alimentos próximos aos da festa. Por exemplo: se na festa tiver salgadinhos, colocar salgadinhos...se a festa for um almoço, preparar um almoço e por aí vai.


Gostaram das dicas?
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