segunda-feira, 14 de maio de 2012

Papo de nutricionista: a substituição da farinha de trigo prejudica a saúde?


Como já abordado em outras ocasiões, os pacientes recém- diagnosticados com a doença celíaca podem apresentar inúmeras dúvidas a respeito das substituições da farinha de trigo. 

Um dos questionamentos mais frequentes é com relação ao valor nutricional dos alimentos sem glúten, acompanhado por vezes do medo de aumento de peso, já que em teoria quando retiramos o glúten, passamos a absorver mais os nutrientes daquilo que comemos. 

Falar sobre este assunto é extremamente delicado. Por isso, convidei uma nutricionista para participar deste post. É a Sarah Passos. Ela tem graduação em Nutrição, pela Universidade São Camilo e pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional. Além disso, é super acessível e um amor de pessoa. 

Quando questionada sobre o valor nutricional de outras farinhas, Sarah nos revela que deve-se levar em consideração três nutrientes: calorias, fibras e carboidratos. 

  "Estes nutrientes foram analisados por serem os de maior impacto na troca da farinha de trigo por outras semelhantes, já que esta faz parte do grupo dos cereais, que são fonte de carboidratos e, consequentemente, de energia", afirma Sarah. 

Para comparar a composição nutricional de farináceos substitutivos da farinha trigo, Sarah fez uma tabela com dados retirados do site da Unifesp. A quantidade referente é de 100g. 




      "Como se pode notar, as quantidades dos nutrientes analisados são diferentes, porém semelhantes à farinha de trigo. Ou seja, na substituição, temos farinhas que oferecem quase os mesmos nutrientes que a farinha de trigo. O amido de milho é o que mais se distancia, tendo a maior proporção de carboidratos e menor de fibras. Além do amido, a farinha de arroz branca também possui quantidade ligeiramente menor de fibras", enfatiza a nutricionista.

Ok! Estamos escrevendo sobre os nutrientes. Mas afinal, qual a importância deles para a dieta humana? A nutricionista afirma que além de auxiliar no funcionamento adequado do intestino, a fibra diminuem o colesterol e a glicose sanguíneos, ajudando na prevenção de diversas doenças. Com isso, pode-se perceber que grande parte das farinhas analisadas se mostram mais saudáveis do que a farinha de trigo, visto que apresentam quantidades maiores de fibras. 
Segundo a profissional, "considerando o valor calórico, podemos notar uma grande semelhança entre as farinhas analisadas, o que ajuda a desmistificar o medo dos celíacos em apresentar ganho de peso, em decorrência da mudança alimentar".

Além disso, o mais importante é que quando nós, celíacos, retiramos completamente o glúten da dieta, passamos a ter um organismo mais saudável, pois apresentamos melhora na absorção dos nutrientes, com destaque para as vitaminas e minerais, e diminuição do quadro inflamatório causado pelo seu consumo. 

É claro que não foi possível analisar todas as farinhas, visto que elas são inúmeras. Farinhas como a de quinua, linhaça e banana verde não puderem ser analisadas pois não foram encontradas fontes confiáveis para citarmos aqui. 

Gostaram destas super dicas? 
Nada de medo, pessoal! A substituição é possível e saudável. Converse com um profissional. 


Fonte: Nutrição e técnica dietética, Biodisponibilidade de nutrientes e Alimentação: problemas e solução para doenças crônicas (livros).

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